"O Seminário é o período em que aprendeis um com o outro e um do outro." (Bento XVI)
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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Igreja e Comunicação

Dom Canísio Klaus
Bispo de santa Cruz do Sul - RS

No dia 5 de junho, a Igreja celebra o 45° Dia Mundial das Comunicações Sociais. A data coincide com a festa da Ascensão de Jesus.

Antes de voltar para o Pai, Jesus enviou os apóstolos a fazerem discípulos em todas as nações, “batizando em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Nos primeiros tempos do cristianismo, o anúncio foi feito através das viagens missionárias dos apóstolos, principalmente de Paulo e seus companheiros. Depois foi feito através das estruturas da Igreja, particularmente das congregações religiosas, paróquias e comunidades. Com o advento da imprensa passou a ser feito através de jornais, livros e revistas. Mais tarde, a Igreja começou a difundir o evangelho também através de programas de rádio e televisão. Agora, chegou a hora de anunciar Jesus Cristo através da internet. É a isso que acena o Papa Bento XVI em sua mensagem para o 45° Dia Mundial das Comunicações Sociais, abordando o tema: “Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital”.

Conforme Bento XVI, “vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a revolução industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais”. Frente a isso, o papa pede que “as novas tecnologias da comunicação sejam postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira”.

A comunicação na era digital implica em vários desafios para a Igreja, entre os quais podemos destacar: superar o medo frente à comunicação digital; qualificar pessoas para atuarem neste universo; garantir as relações humanas diretas na transmissão da fé; manter o testemunho coerente “no próprio perfil digital e no modo de comunicar escolhas, preferências, juízos”.

Para não deixar dúvidas sobre a posição da Igreja, o papa convida “os cristãos a unirem-se confiadamente e com criatividade consciente e responsável na rede de relações que a era digital tornou possível”. Mais adiante afirma que “somos chamados a anunciar, neste campo também, a nossa fé”.

Por ocasião do 45° Dia Mundial das Comunicações Sociais, saudamos, com carinho, aos agentes da Comunicação Social. Sobre eles invocamos, por intercessão do Patrono São Francisco de Sales, a benção de Deus, convidando-os a desempenharem o seu trabalho com profissionalismo e no respeito à dignidade da pessoa humana.

Fonte: http://cnbb.org.br/site/articulistas/dom-canisio-klaus/6680-igreja-e-comunicacao


segunda-feira, 2 de maio de 2011

Já Ressuscitou! Aleluia! Mas precisamos rezar!



Em comunhão com todas as comunidades cristãs e com todo o universo, celebramos a Páscoa de Jesus, sua passagem da morte para a vida. O grande e alegre anúncio: JESUS RESSUSCITOU. Fazendo memória das ações de Deus na história da humanidade, renovamos nossa fé.
Quero convidar a você, principalmente seminarista, para aprender a rezar com Jesus! Como Jesus! Vamos nos deter ao evangelho de Mateus 26, 36. Não podemos pensar que Jesus não tenha passado pelas conseqüências dos pecados. Ele não pecou mais assumiu em si as conseqüências do pecado. Precisamos passar pelo mesmo processo de Jesus.
Ele retirou-se ao Getsemani ele e os 12: “Assentai-vos aqui enquanto eu vou ali orar. Tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu (quem são esses dois? Tiago e João), começou a entristecer-se, Jesus ficou triste, a cura interior não é um processo de nos transformar em seguidores de Buda, em pessoas que não sentem nada! Jesus ainda começou-se a angustiar-se, (em S. Lucas este mesmo cap. Diz que a angustia de Jesus foi tão grande que ele começou a suar sangue.). Com a face por terra assim rezou: Meu Pai se é possível afasta de mim este cálice, não faça o que eu quero mas o queres. Afastou-se pela segunda vez: Meu Pai se não é possível que este cálice se afaste sem que eu o beba faça-se a sua vontade. Foi orar pela terceira vez dizendo as mesmas palavras: dormi a gora e repousai chegou a hora o Filho do Homem será entregue, o que vai entregá-lo esta perto daqui.” “Vigiai e orai para não entrares em tentação. O espírito esta pronto mas a carne é fraca.”
Essa foi a profunda oração de cura interior de Jesus. Não era cura espiritual ele não pecou. Não era cura física. Ele a fez para nos ensinar como fazer essa oração. Sabe porque muitos de nós ainda não fomos curados? Enquanto formos incapazes de fazer uma oração de cura interior à moda de Jesus não seremos curados. Enquanto seguirmos orações a moda espírita, ou dos gurus da Nova Era apenas sentiremos um alivio passageiro de poucos minutos e não teremos transformação. Cura interior é uma oração feita a partir de uma profunda angústia.
Na época da seleção brasileira quanta gente acordava as três da madrugada pra assistir o jogo da seleção, e quantas vezes foi motivada a acordar no mesmo horário pra fazer a oração da liturgia das horas! Quando? Não que seja ruim torcer não! Mas quando nos motivamos para tal inspiração? A eu rezo muito! Quanto que é esse muito que você reza?
Segunda coisa, quantas vezes que você se prostou com a cara no chão? Quanta gente tem preguiça de ajoelhar! Depois fica passando a mão no ostensório como se fosse coisa mágica! Mete o joelho no chão e verás o que acontece com você. A vida é dura e principalmente se a pessoa for mole. Se Jesus que é o filho de Deus passou por isso, sentiu tristeza profunda que se transformou numa angustia tal que suou sangue. Aqui ninguém suou sangue. Jesus se retirou. Mas nós não nos retiramos, vivemos num barulho ininterrupto. Agitação e correria, faz uma rezinha mágica, reza 10 15 minutos e acha que tá rezando muito, vai semanalmente na missa e acha que Deus esta devendo obrigação, faz uma novena, uma rezinha deste tamanho, faz no intervalo da novela,do jogo, reza aquilo lá olhando pra televisão. Chega de uma espiritualidade de lixo, da superficialidade. Enquanto continuarmos nisso não chegaremos a cura interior. Sem a cura interior não há salvação. Ele não é curandeiro ele é Salvador! Agora queremos um Cristo curandeiro, um Cristo que não me compromete, de uma oraçãozinha mole.
Jesus esta nos dando o ensinamento completo sobre a cura interior. De todos Jesus os três para a oração de cura interior, os piores, os amigos dele. Temos amigos nos quais a gente pode chegar e rasgar o coração. Escolheu os piores Pedro (turrão) Tiago e João (Jesus os apelidou de Boanerges: filhos do Trovão). Três vezes Jesus se prostra parece que uma vez para cada um deles. A primeira vez que Jesus ficou prostrado foi uma hora. Ele se prostra e rasga o coração para os seus. Eles chorou diante deles, desmorou diante deles e rezou ao Pai, retirou as máscaras do coração: “meu Pai se for possível afasta de mim este cálice”. “Tendo amado os seus que estavam no mundo amou-os até o fim.” (Jo 13, 1) Em conseqüência da coerência deste amor é que Jesus vai até o final. Assim era com Jesus também. Essa oração de cura interior aconteceu poucas semanas antes de sua condenação na cruz. Pedro o que iria o suceder, o primeiro Papa! Quem não se prostra diante de Deus se prostra diante da vida. Ou pior, diante do encardido. A pessoa fica prostrada: tô mal, deprimido, angustiado... sabe porque acontece isso? Porque não nos prostramos diante de Jesus! Quem quer cura interior tem que tirar as máscaras.

Precisamos ser melhores. Não melhores que os outros, mas melhor para os outros. Somos seminaristas em busca da Santidade.