"O Seminário é o período em que aprendeis um com o outro e um do outro." (Bento XVI)
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terça-feira, 20 de julho de 2010

Chega a Diocese de Tubarão seu novo pastor!


Em 55 anos de existência, assumiu no domindo dia 18 de julho o 5° bispo da Diocese de Tubarão, dom Wilson Tadeu Jönck. Em meio a uma multidão, ele recebeu o báculo, uma espécie de cajado que é um dos símbolos do bispado, abençoou os fiéis e aproveitou para nomear o padre Nilo Buss como o novo vigário geral.

Sob fortes aplausos, Dom Wilson foi recebido na Catedral por volta das 15h, quando teve início a cerimônia de posse, que encerrou próximo das 18h. “Gostaria que vocês tivessem no bispo um irmão que quer caminhar com cada um e com todos, alguém que quer crescer no amor de Jesus Cristo. Agradeço a todos pela atenção e fraternidade”, declarou o bispo, pouco antes de anunciar a nomeação do padre Nilo, que estava responsável pela administração da diocese, como vigário geral.

Para a cerimônia, veio do Rio de Janeiro uma comissão de padres e arcebispos. “Formávamos um grupo de amigos antes de tudo, apoiando um ao outro, e agradeço por isso. Fico muito contente em ver vocês aqui”, afirma Dom Wilson, que também falou aos familiares: “Esta é a parte mais difícil. Somos em nove e apenas uma irmã não pôde vir. Quero também agradecer sempre pelo apoio que tive de todos vocês. À minha mãe, obrigado pelas orações que eu sei que a senhora sempre fez”, comenta.
Com idade acima dos 90 anos, a mãe de dom Wilson, Terezinha Jönck, assistiu emocionada a toda a cerimônia sentada na primeira fileira de bancos da Catedral. “Quero que ele continue sendo muito feliz e que sempre faça o bem para com os pobres. Continuarei rezando pelo meu filho”, deseja Terezinha.

Para o prefeito, Manoel Bertoncini, que também esteve na posse de Dom Wilson, o dia foi de comemoração. “É com grande alegria que participo deste ato. A chegada do bispo irá continuar fazendo toda a diferença como a de todos os outros que passaram por aqui. O amor e a palavra de Deus têm o direcionamento que é melhorar a vida de todos. Às vezes nos deparamos com dificuldades e, eu posso dar meu testemunho, o amor e a fé podem mover montanhas”, comenta Bertoncini.

De acordo com o padre Pedro De Biasi, a missa ocorreu dentro das expectativas. “Foi uma tarde de festa, com muito calor humano e calor de acolhimento. Em menos de um ano temos a graça de ter o nosso novo pastor. Tudo ocorreu como queríamos que ocorresse, com muito entusiasmo”, comemora o padre Pedro.

Dom Murilo S. R. Krieger,scj foi quem proferiu a homilia de posse de Dom Wilson, e usou de belas palavras.
1. A Igreja direciona hoje o nosso olhar para uma virtude que é muita apreciada em toda a Palavra de Deus: a virtude da hospitalidade. Para entendê-la e compreender suas dimensões, são colocadas algumas pessoas diante de nós: Abraão, nosso pai na fé, e Marta e Maria, moradoras de Betânia, irmãs de Lázaro.
2. Na passagem do livro do Gênesis, Deus mesmo se apresenta como hóspede de Abraão. A tradição cristã nos ensinou a ver nos três homens que o visitaram um símbolo da Santíssima Trindade. Com Abraão, aprendemos que a hospitalidade não é apenas um gesto de boa educação, de delicadeza, mas um aspecto do amor. Abraão demonstra sua alegria de poder acolher os três desconhecidos. Além de correr a seu encontro, prostrou-se por terra, entrou na tenda onde estava Sara, correu até o rebanho, pegou um bezerro e o deu aos criados para que o preparassem, buscou coalhada e pôs tudo diante dos três visitantes. Quando tudo estava pronto, ficou de pé, ao lado dos hóspedes, prestando atenção a qualquer sinal, procurando adivinhar qualquer solicitação ou necessidade deles. Afinal, via naqueles homens seu “Senhor”. Por isso, não era um peso servi-los, mas um privilégio, mesmo que tendo que fazer isso “no maior calor do dia” e tendo que deixar de lado o descanso junto do carvalho.
3. Também as irmãs Marta e Maria nos dão uma lição de hospitalidade. As expressões de acolhida de uma e de outra são diferentes, mas, sem dúvida, ambas estavam movidas pelo amor ao amigo que as visitava. Maria se colocou aos pés do Mestre, para escutá-lo. Marta, que, segundo Lucas, foi quem acolheu Jesus na casa de Betânia, “estava ocupada com muitos afazeres”. Tudo indica que sua agitação era em função de Jesus, para acolhê-lo da melhor forma possível. Podemos concentrar nossa atenção na carinhosa repreensão que recebeu; mas podemos também pensar na recompensa que recebeu: aprendeu com Jesus a necessidade de se buscar o essencial, de escolher a melhor parte, em vez de nos agitarmos por muitas coisas.
4. Mas, qual é essa “melhor parte”? A melhor parte, a única coisa verdadeiramente importante que ninguém nos pode tirar, é escutar Jesus. É escolher Jesus. Ele é o tesouro que ladrão algum pode nos roubar. O apóstolo Paulo nos dirá que “a melhor parte” é “a presença de Cristo em vós, a esperança da glória”. Jesus é “o mistério escondido por séculos e gerações”, e revelado agora “aos seus santos”.
5. Todos nós, do Regional Sul 4, acolhemos hoje com alegria a Dom Wilson Tadeu Jönck. Não sabemos acolhê-lo com a presteza de Abraão, nem com o carinho das irmãs Marta e Maria. Temos consciência, contudo, de que este irmão vem em nome do Senhor; vem à Igreja Particular de Tubarão movido pelo mesmo desejo que levou Paulo a servir o Senhor, anunciando-o, “admoestando e ensinando a todos, com toda sabedoria, para a todos tornar perfeitos em sua união com Cristo”.
6. A todos tornar perfeitos em sua união com Cristo! São Gregório Nazianzeno, que era bispo e faleceu no final do século IV, tinha consciência de que a busca da perfeição dos fiéis deve começar por nós mesmos: “Temos de começar por nos purificar, antes de purificarmos os outros; temos de ser instruídos, para podermos instruir; temos de nos tornar luz para aluminar, de nos aproximar de Deus para podermos aproximar dele os outros, ser santos para santificar” (citado por João Paulo II, Psstores Gregis, 12). Por isso mesmo, “o Bispo tem necessidade constante da graça de Deus” (id., 13). Se é verdade que sua oração pelo povo que lhe é confiado tem uma eficácia especial, e disso Moisés, à frente do povo de Deus, nos dá um belo exemplo, não menos verdade é que a oração das ovelhinhas pelo seu pastor também tem um poder único. Essa oração, que deverá se renovar sempre, será uma demonstração da acolhida que o povo desta Diocese dá àquele que vem em nome do Senhor. Somente com a certeza dessa oração o Bispo não tremerá ao ler a observação do Papa João Paulo II na Exortação Apostólica Pós-Sinodal sobre o Bispo: “Os fiéis devem poder contemplar, no rosto do Bispo, aquelas qualidades que são dom da graça e que nas bem-aventuranças constituem quase o auto-retrato de Cristo: o rosto da pobreza, da mansidão e da paixão pela justiça; o rosto misericordioso do Pai e do homem pacífico e pacificador; o rosto da pureza de quem constante e unicamente contempla a Deus. Os fiéis poderão ver, no seu bispo, o rosto também daquele que continua a compaixão de Cristo pelos atribulados e às vezes, como sucede na história e acontece ainda hoje, o rosto cheio de fortaleza e alegria interior de quem é perseguido por causa da verdade do evangelho” (ib. 18).
7. Nós, bispos, somos chamados a viver nosso ministério em meio a dificuldades externas e internas, enfrentando fraquezas próprias e alheias, imprevistos diários, problemas pessoais e institucionais (cf. PG 23). Como, em meio a tudo isso, cultivar uma vida serena? Como manter a calma em meio às inúmeras obrigações que se multiplicam e não poucas vezes, se atropelam? Como fazer das próprias responsabilidades um meio de santificação, a ponto de poder repetir, com Paulo: “procuro completar na minha própria carne o que falta das tribulações de Cristo”? Como encontrar respostas adequadas aos desafios dos nossos tempos? Enfim, o que fazer para que não sermos dominados pelo jeito de ser de Marta?
8. A resposta a essas e a muitas outras perguntas está no Bom Pastor. É com o olhar voltado para ele que aprenderemos a “não andar agitados por muitas coisas”. Ele nos ensina, em primeiro lugar, que o amor de Deus foi derramado em nossos corações (cf. Rm 5,5). Depois, nos recorda que, não por acaso, colocou a nosso lado outros pastores, porque quer que vivamos unidos no corpo episcopal – corpo que tem Pedro e seus sucessores à sua frente. Finalmente, será no amor à própria Igreja Particular, no trabalho de fazer da Diocese uma casa e escola de comunhão, que encontraremos a força e a motivação necessárias para sermos homens de esperança (cf. PG 73).
9. Maria, a Mãe de Jesus, que sempre soube escolher “a melhor parte”, invocada nesta Diocese com o título de Nossa Senhora da Piedade, seja sua intercessor e guia, Dom Wilson! Amém!

Um comentário:

Seminário Nossa Senhora de Fátima disse...

De fato, Michel, a chegada de D. Wilson trouxe grande alento e esperança para toda a gente! A ótima impressão que causou nas pessoas, de todas as idades e classes sociais, leva-nos à certeza de que continuaremos a caminhar construindo o Reino de Deus, pois podemos seguir este nosso Pastor, que nos quer bem e nos faz ver Aquele outro Pastor, o Bom Pastor, Jesus Cristo! Até! Boas férias!!!