"O Seminário é o período em que aprendeis um com o outro e um do outro." (Bento XVI)
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sábado, 16 de outubro de 2010

O MUNDO PRECISA DE SACERDOTES E MISSIONÁRIOS 3D

“O mundo necessita de sacerdotes e missionários 3D, isto é: que se ocupem da Doutrina, da Disciplina e da Devoção”. Foi o que disse o Cardeal Ivan Dias, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos.

Quando falamos nessas três dimensões, precisamos observar que o sacerdote e todos os outros que trabalham na evangelização devem cuidar desses pontos. Portanto, isto vale também para nós, seminaristas. Reflitamos sobre cada aspecto.

DOUTRINA - nós precisamos de pessoas que sejam fiéis à Palavra de Deus, ao Magistério da Igreja e aos ensinamentos (a Tradição) que ela nos propõe para um bom discernimento da vida, do trabalho e das atitudes cristãs, conforme o ensinamento de Jesus.

Ao falarmos de DISCIPLINA, estamos entendendo o conjunto de valores e normas que orientam nossa vida, ajudando-nos a caminhar dentro da fidelidade ao Reino. Um homem de Deus deve conhecer e respeitar certos limites, para não se perder ao longo do caminho.

Por DEVOÇÃO compreendemos a abertura de coração, pela fé, para “as coisas do alto”. Em todas as nossas ações percebemos a lembrança de que somos homens em Deus. Por isso, queremos contar sempre com a presença do Espírito Santo que caminha conosco, nos ajudando a estar no Mundo, mas sem ser do Mundo.

Refletindo sobre a frase do Cardeal Ivan, percebemos que o padre deve ser uma pessoa que transpira o Sagrado, principalmente nas Missas, quando celebra o Santo Sacrifício. Assim, também nós leigos, ajudando o próximo a encontrar Jesus Cristo Ressuscitado, participamos da própria missão de Jesus.

Podemos dizer que, tanto padre quanto o leigo, devem ter em seu DNA o Espírito Santo, caso contrário é um cristão mal formado ou imaturo, e acaba não respondendo positivamente à vocação recebida. Tais atitudes começam ao nosso derredor, neste lugar onde estamos agora, sem precisar ir longe para realizar esta Missão.

Esforcemo-nos para ser “pessoas 3D”, capazes de deixar o rosto de Cristo transparecer em nossos rostos.

Por Michel Maÿ dos Santos

sábado, 2 de outubro de 2010

MISSÃO E PARTILHA...

Outubro é, para a Igreja Católica no mundo, o período no qual são intensificadas as iniciativas de informação, formação e cooperação em prol da missão.
O objetivo é despertar a consciência e a vida missionária cristã, e as vocações missionárias.

A ação missionária é essencial para a comunidade cristã. Uma bela canção nos lembra " Pelo Batismo recebi uma missão, vou trabalhar pelo reino do Senhor, vou anunciar a Boa Nova para os pobres, vou ser Profeta, Sacerdote, Rei, Pastor. Pelo batismo, o cristão é chamado a se reunir, em comunhão, ao redor de Cristo e participar da sua missão, com o testemunho de vida e o anúncio do Evangelho. É convocado a ajudar na criação e na animação das igrejas locais, no esforço para inculturar o Evangelho nas diferentes realidades, a promover o diálogo inter-religioso, a se aproximar dos últimos e a prestar um serviço concreto de caridade.

A missão está a serviço da paz: “Felizes os que promovem a paz” (Mt 5,9). É impossível entender a missão, sem o compromisso com a paz. Somos convocados e enviados a proclamar a boa-notícia da paz. Promover a paz é uma questão de fidelidade ao mandato missionário de Jesus.

Este mês, deve ser um mês motivador para que assumamos o nosso papel de cristão missionário, seja na nossa família, comunidade e ou sociedade. Porém, este mês não deve ser somente de ação, deve ser também de reflexão. Pois, para sermos missionários não precisamos percorrer grandes distâncias. Ser missionário é fazer a difícil viagem de sair de si, e ir ao encontro do outro, do novo, do diferente como em busca da fruta saborosa. É preciso pensar, planejar, ver a maneira de agir sem que os frutos sejam estragados ou que sejamos machucados pelos espinhos. E isso exige de nós uma abertura pessoal e comunitária para responder aos desafios de ser missionário.

Assumir os desafios e o compromisso de ser missionário é ter a missão não somente de levar algo, mas também de descobrir. Não somente de dar, mas receber. Não somente conquistar, mas partilhar e buscar juntos sempre a verdade em Cristo através de nossos gestos, atitudes e atos. A missão nos permite criar novos laços, novas relações, um novo jeito de olhar a vida, um novo jeito de ser igreja.

Ser missionário é um compromisso de toda a comunidade que vive e transmite a sua fé. “Nenhuma comunidade cristã é fiel à sua vocação se não é missionária”.

"Ao irem pelo mundo, não discutam, nem porfiem com palavras, nem façam juízo de outrem, mas sejam mansos, pacíficos, modestos, afáveis e humildes, tratando a todos honestamente, como convém” (S. Francisco).

Que nós possamos, iluminados pelas luzes do Espírito Santo, ser missionário e anunciadores da Boa Nova de Jesus, e que essa iniciativa possa começar pelas nossas familias para sermos verdadeiros evangelizadores e evangelizadoras do Reino.

Michel Maÿ Santos.

Entender os sinais de Deus

A vontade de Deus em nossa vida nem sempre é aquilo que nos parece mais evidente. Algumas vezes, Deus nos pede justamente para irmos contra o que o senso comum determina. O problema é saber quando o que pensamos vem de nossa própria cabeça ou é a vontade de Deus.

Um personagem bíblico pode nos ajudar a pensar sobre esse assunto: Moisés. Depois de ter se desentendido com os egípcios, por causa da escravidão dos Hebreus, Moisés foge para Madiã onde refaz sua vida, forma uma família e se dedica a cuidar dela. Um dia, ele tem uma experiência que o transforma radicalmente: Deus pede que deixe sua nova casa e volte ao Egito para libertar o seu povo (Ex 3,1-12).

A decisão não foi fácil, pois tudo levava a crer que Deus havia poupado Moisés da morte prematura nas mãos dos egípcios: quando pequeno havia lhe tirado das águas do rio (Ex 2,1-10), depois lhe conduziu a Madiã para que escapasse da cólera dos egípcios e agora lhe pedia que voltasse para junto dos mesmos egípcios... Teria Deus poupado sua vida para depois sacrificá-la aos inimigos?

O discernimento de Moisés teve de levar em conta todos os sinais que Deus colocou em sua vida. Certamente, o melhor para sua segurança e felicidade parecia ser ficar cuidando das ovelhas de seu sogro. Todavia, teria Deus lhe ajudado tanto para que ele apenas desfrutasse dessa ajuda? Não estaria Deus lhe propondo algo maior?

Moisés entendeu que os sinais dados pelo Senhor em sua vida o levavam de volta ao Egito e a seu povo oprimido. Seria a decisão mais arriscada, mas depois da experiência da sarça ardente ele não podia mais duvidar.

Lendo o singelo relato do início do Êxodo, ficamos com a impressão de que tudo aconteceu muito rápido. Mas, certamente, a decisão de Moisés foi antecedida por uma análise espiritual de todos os sinais que Deus havia manifestado em sua vida. Isso o ajudou a ver mais claramente para onde esses sinais apontavam.

Também em nossa vida espiritual, devemos estar atentos aos sinais que aparecem. Pode ser que não sejam sinais tão exteriores, mas devemos prestar atenção aos sinais interiores, ou seja, nossos sentimentos diante das coisas. Moisés entendeu a frase do Senhor: "Eu ouvi o clamor de meu povo" (Ex 3,7). Moisés também já havia sentido esse clamor em seu coração. Seu sentimento entrou em sintonia com o sentimento de Deus.

Muitas vezes, também vemos uma situação que nos questiona e nos perguntamos o que Deus diria em uma situação dessas, pois o que pensamos que ele diria talvez seja o que ele esteja dizendo para nós. É preciso estar atentos a esses sentimentos e a outros sinais que Deus nos concede.